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Sou a prova viva de que quando queremos muito uma coisa, ela vem.
Durante quase dois anos, eu não queria arranjar trabalho, eu fingia que queria, estava bem a dar umas explicações de vez em quando, mas ao mesmo tempo era algo que não me satisfazia pois dava me o tempo que eu queria mas não me dava o dinheiro suficiente para alimentar os meus vicios.
Eu queria tempo para estar com o P., queria tempo para controla-lo, mas o tempo foi passando e eu não me dei conta do quanto magoada eu estava a ficar. A minha auto estima estava a desaparecer aos poucos, comecei a esquecer me de mim, já não me vestia decentemente, banho deixou de ser todos os dias mas dia sim dia não, sair de casa só mesmo para estar com o P. , anulei me... Só me dei conta que a minha vida estava estagnada quando o P. comecou a cometer aqueles deslizes, nomeadamente dia 25 de Maio deste ano.
A minha vida deu uma volta de 180º, revoltei me com tudo à minha volta, estava farta, cansada, queria desistir de tudo, achei que estava louca, que a minha vida nunca ia andar para a frente, que tinha desperdicado a minha vida com um homem que não me queria mais, já nao tinha amigas, já nao saía com ninguem....mas derepente fez-se luz e pensei para mim "eu posso ser feliz, eu consigo ser mais feliz que isto"...
Comecei por me desculpar com a minha melhor amiga, escrevi lhe um mail, não tinha esperanca que ela me desculpasse, mas tive a sorte de ela ser uma pessoa com cabeça e reflectir sobre as coisas que se tinham passado e desculpar me como se nunca tivessemos estado um ano separadas.
O segundo passo foi resolver as coisas com o D., pedi lhe que se encontrasse comigo no sitio de sempre, e pedi lhe desculpas pela forma cobarde como tinha terminado a relação com ele, e sim, admito, tentei ser amiga dele por um tempo, mas o sentimento que ele nutre por mim, não permite que isso aconteca.
Comecei a frequentar a psicoterapia e isso sim, tem sido a maior mudança na minha vida, lá eu tenho vindo a descobrir que consigo ser mais forte emocionalmente e entender de onde vem estes traumas que me fazem sentir que sou menos que os outros. Neste percurso deixei de seguir o P. pela app "find my friends" e, adivinhem, não sinto qualquer diferença, vivo bem com isso.
Decidi tambem que estava na hora de trabalhar, para meu bem, para a minha saude mental e tambem so com um trabalho eu poderia dar a vida que o P. precisa, então (tal como ja mencionei neste blog) criei um curriculo novo e enviei através dos correios para várias escolas, sempre com a fé de que seria desta que a minha vez chegaria.
Certo dia, surgiu um anuncio para uma creche no facebook, aquele anuncio nem deveria ter sido publicado, pois a insituição não queria tornar publico que iriam colocar uma nova educadora. Sabe se lá porque, o anuncio foi colocado na net e eu liguei para a escola a fim de conseguir uma entrevista. Fui até á creche no dia seguinte, assim que a educadora que la estava me informou de que iria colocar me algumas questões comecei logo a tremer mas respirei fundo e respondi a tudo. No final foi me dito que no dia seguinte me informavam se tinha passado á segunda fase ou não. Na verdade ninguem me ligou, passou-se a quinta, a sexta, o sabado e o domingo, e noticias, nada...
Foi na Segunda feira que me ligaram e pediram que passasse lá para uma conversinha... CONVERSINHA??? ... eu tinha sido escolhida naquele dia da entrevista! nem precisei de ir á segunda fase, o lugar era meu! nem pude acreditar quando ela me disse...
Trata-se de uma creche onde as pessoas são bastante exigentes, mas eu já estou habituada, pois comigo as coisas nunca são faceis, sao sempre desafios, espero estar á altura deste.
Gracas a este trabalho eu vou poder dar um salto gigante na minha vida, tenciono comecar a fazer o insanity de novo, quero mudar o meu aspecto, o meu cabelo, e talvez mude de casa. Eu e o P. estamos a pensar ir viver juntos para uma casinha que eu vi e achei muito cosy, a minha pscioterapeuta também acha que será um salto positivo na minha relação, pois estando perto todos os dias, eu comeco a sentir-me mais segura e talvez perca o medo de o perder, ou de ele me enganar.
Estou a fazer figas para que tudo dê certo, vou precisar de força e de coragem, mas fazendo tudo de uma vez é mais fácil...
Sempre disse que um dia chegaria o dia em que eu seria Eu de novo... e chegou.. Amanha é o dia!
O primeiro dia do resto da minha vida!
Sem te desviares um milimetro que seja de Quem és.
Nao te acanhes. Nao te Rebaixes. Nao fiques com nada por dizer.
És mais bravo do que pensas, e o teu corpo Mais resistente do que imaginas.
...Segue. Vai contigo. Conta com aquilo que tens.
Ouve o bichinho que te diz esquerda, quando toda a gente vai para a direita. (Esse bichinho és tu nao o pises)
Pratica a tua intuição, vai mais vezes, Erra as vezes que precisas.
Dorme descansado. Tu não és mais ninguém, nunca o serás.
Por mais que te gritem o contrário Tu és Tu. Ponto.
Por isso, pratica o que tens.
Pratica o que só em ti existe e é raro nos outros.
Pratica o desplante, a candura, o desproposito e o magnânime.
Pratica o estrambólico, o arrumadinho e o absurdo.
Pratica quem és. So assim serás Inteiro e te manterás original
"Um dia acordas e percebes que já não tens idade para dar conta de cada passo que dás. Percebes que podes viver sem ter que pedir dinheiro aos teus pais. Percebes que se calhar investes numa casa e vais viver sozinha. Depois compras a casa e de repente passas a ter uma corda no pescoço em forma de prestação. Mesmo assim, agarras em ti duas vezes po...r mês e metes-te no Ikea, onde gastas o que tens e o que não tens mas ficas com uma casa cada vez mais gira. Descobres entretanto que não tens que ficar com o namorado do liceu só porque sim e passas a ter uns casos aqui e ali, nada de preocupante, tudo um bocado inconsequente. E percebes que ninguém se chateia com isso, nem mesmo tu, que antes só acreditavas em amores para toda a vida. Entretanto cresces mais um bocado e aparece-te um homem que, não sendo aquilo com que sempre sonhaste, é o único que te faz ficar sem te lembrares de respirar. E isso muda-te. E tu mudas com isso. E de repente deixas de ser a miúda que vai a todo o lado, que sai para onde lhe apetece e que faz o que lhe dá na telha. E passas a ser uma pessoa responsável, que cumpre regras. Entretanto casas - ou não - e tens filhos - ou não. E depois há um dia em que acordas e achas que tens outra vez 20 anos, desatas a sair, desatas a reaver amizades antigas e percebes que não tens que deixar de ser tu mesma para viver com mais de 20 anos. E aprendes que só és feliz se fores quem és. Aprendes que a primeira pessoa com quem tens que te preocupar é contigo mesma e que só quando souberes estar bem sozinha estarás bem com os outros. Descobres que nada dura para sempre, a não ser a tua relação contigo. Deixas-te de merdas e passas a fazer e a dizer o que realmente pensas. Paras de fazer fretes sociais e só estás onde te sentes bem. Paras de fazer o que esperam de ti e deixas de te preocupar com o que os outros pensam. Percebes que não estás cá para sempre e resolves viver. Passas a aproveitar cada dia, cada momento. E se te apetece dançar no meio da rua, danças. Se te apetece cantar alto, cantas. Se te apetece passar um dia inteiro na cama, passas. Se te apetece andar de baloiço, andas. E vives. E de repente dás pela tua própria respiração. Sentes a tua pulsação. Percebes que tens um coração a bater-te no peito e isso é o que mais importa. Quando esse dia chegar, não o deixes fugir. Será o primeiro dia do resto da tua vida."
Cá estou eu de novo, tenho evitado vir ao blog pois uma das minhas obcessões é que cada vez que venho e escrevo sobre as minhas decepções, algo de mau acontece.
Tudo o que escrevo aqui sou eu nua, despida de tudo, escrevo o que me vem na alma, sem medos, não corro riscos de julgamentos injustos ou condenáveis, sou eu, como ninguem me conhece.
Ninguém quer saber da minha vida, não vejo as estatisticas do blog pois sei que nao existe ninguem interessado na minha vida vazia e consequentemente naquilo que escrevo. Haverá mais pessoas na minha situação, mas estão tão vidradas com os seus problemas que ler mais problemas só as vai fazer ficar pior ainda. Mas e se não escrevo para me lerem, escrevo para que? Escrevo para que eu me possa ouvir, para que eu possa interiorizar as coisas que me acontecem e aprender a viver com elas. Se resulta? Resulta, embora as vezes seja dificil ter este pequeno espaço, pois lidar com a realidade é sempre algo dificil, aterrorizante para quem está habituado a viver na fantasia.
Ter uma relação não é facil, não basta gostar, amar com todas as nossas forças, é preciso lutar contra a rotina, é preciso ignorar os pequenos detalhes ou os grandes detalhes que não nos agradam, é preciso saber por de lado aquilo que queriamos que a outra pessoa fosse, é preciso aceitar a pessoa nua e crua, é preciso aceita-la na sua plenitude. Não nos adianta de nada ver novela, filmes, ler livros e querer aquela vida para nós, sonhar com uma vida assim cheia de amor todos os dias, cafes da manhã, tardes a ver o por do sol e risos todos os dias.. a vida real nao é assim. Na vida real há dias bons e maus, é preciso saber lidar com os maus da mesma maneira que lidamos com os bons, é preciso saber colocar de lado quando ele acorda cansado e farto da vida e descarrega em ti a frustração dos seus desejos inalcancaveis, é preciso saber perdoar um deslize.. sim deslizes... deslizes existem em todas as relações quando vês alguem que te da mais atenção, que tem um corpo melhor, um cheiro diferente, uma forma dirente de lidar contigo, alguem te tras aquilo que eras antes de conhecer aquela pessoa.. todos passam por esses dilemas que dão origem aos deslizes e que depois temos de saber perdoar e aceitar se realmente queremos ficar com aquela pessoa.
Na vida real nao é facil esquecer alguma coisa má que nos tenham feito, nas novelas elas acontecem um casal tem problemas, resolve os problemas e depois tudo desaparece como num passe de mágica... mas na vida real as coisas não passam, não desaparecem, tu só tens de deixar o tempo passar e aceitar o que aconteceu esquecendo tendo esperança que dias melhores virão.
Enquanto crescia, achava que podia escolher a vida que queria para mim, ao longo dos anos fui desenhando uma vida, e que vida boa era essa.... Um trabalho para o qual estudei e me formei, uma casa moderna pequena confortável onde eu pudesse deitar me no sofa a comer bolinhos e a ver historias de amor, úm grupo de amigas cumplice onde poderiamos desabafar tudo e quando eu tivesse um problema elas estariam lá para me ajudar e nao me deixariam sentir sozinha, um namorado apaixonado por mim que me desse flores, que me dissesse todos os dias que me amava, que faria tudo por mim e eu por ele, uma relação em que cada um poderia ser livre mas no final do dia quisessemos estar juntos presos um ao outro e mais tarde uma familia feliz, um pai atencioso, uma mae dedicada, festas com muitos amigos e felicidade. Para mim tudo era facilidade, esta vida poderia acontecer se eu quisesse, tudo era uma escolha, o sentimento, o amor, os filhos, as festas, as amigas... bastava eu querer amar aquela pessoa, bastava eu querer ser feliz assim que eu seria... Mas um dia acordas...
Eu acordei quando percebi que não podia controlar a minha mente, os meus pensamentos, os meus sentimentos... senti me fora do meu corpo, estava deitada na minha cama e aquela pessoa nao era eu, era uma outra pessoa que tinha arrancado de mim a minha alma. Onde estava, quem era, eram perguntas que fazia a mim mesma constantemente.. vomitei de ansiedade, abandonei o meu quarto, criei uma vida inexistente na minha cabeca e lutei por ela, para provar a mim mesma de que era capaz de criar a vida que durante tantos anos tinha desenhado para mim... o resultado ficou á vista uma ferida aberta ainda maior do que quando acordei para a realidade... Não posso forçar um sentimento.
Podemos conseguir um trabalho naquela área especifica, podemos ter uma casa como idealizamos em tempos, podemos ter um telémovel, um ipad, um blog, um computador.... tudo será nosso, será o meu trabalho, a minha casa, o meu telemovel, o meu carro... mas há coisas que nunca serão nossas.. um casamento feliz, um homem apaixonado, "meu amor" nao existe, não é teu nem nunca será teu... ele pode vir apaixonado, vai fazer tudo para te conquistar, mas quando te tiver, a relação vai se tornar monotona e so tu tens a capacidade de dar a volta á situação.. mas será que consegues? nao se controla o sentimento do outro, nao podes apagar os erros que cometes, mas tambem nao os podes evitar és humano e os humanos cometem erros... e sao esses erros e esses deslizes que vao acabando com aquilo que havia, com aquilo que foste construindo na paixão e nao dá mais para reerguer porque as mossas ficam sempre lá.
Se dá para viver assim? não, um dia vais olhar pela janela e dar te conta que nao és feliz, e deparaste com duas opções: acomodaste ou mudas de vida... Hoje em dia ninguem quer mudar de vida, vivemos acomodados ao que temos e não importa se somos felizes ou infelizes... é mais fácil assim, "é mais facil habituar ao que ja temos ele ate me trata bem, esta casa até é fixe, agora tenho de contar á familia que nos deixamos...dá muito trabalho" ... e tornaste uma pessoa infeliz, mais feia, menos paciente, menos carinhosa, e a vida feliz que desenhaste na tua mente desapareceu...
Eu nao quero ser uma pessoa assim, mas sou, quero esquecer o que o P. me fez e seguir a vida com ele, mas nao consigo, a raiva que sinto dele é cada vez maior, o ddesejo de estar com ele é cada vez menor, mas a força de largar tudo para o alto é tao pouca que eu reduzo me a minha insignificancia e tento ser feliz desta maneira. Vou fugir, vou fugir daquela casa, vou bloquear as raparigas com quem ele viveu dilemas, vou apagar apps, vou enganar a minha mente com um anexo novo um sofa e uma cama novas. Quanto tempo vou eu viver assim?
As cartas estão na mesa, o jogo esta prestes a comecar....
Há dias em que bate um desespero, porquê a mim? Porque e que só eu é que não consigo? Eu que preciso tanto, cada vez surgem mais coisas, cada vez me enterro mais e não8 há maneira de sair disto. Houve tempos em que não me esforcei, houve alturas em que recusei por pensar que não era adequado ou que não me faria sentir completa. Parece que a pequena ambição que tenho é algo inalcancavel, parece que ser feliz é algo impensável para uma pessoa como eu com uma mente pequena como em tempos se referiram... Eu não quero nada de absurdo, eu quero um emprego que me pague as dívidas e me deixe viver um bocadinho sem depender de ninguém. Tenho me esforçado tanto, tenho procurado mas sem sucesso. Será tão difícil darem me uma chance? Eu preciso eu não peço por capricho ou por satisfação própria, eu desespero por necessidade! Não vejo ninguém dar me a mão, todos gritam aos sete ventos que me querem ajudar, mas são gritos vazios, promessas de ajuda que começam e morrem ali no mesmo momento. Ninguém está aqui para mim, ninguém me quer ajudar.