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A minha vida virada do avesso - crossfitjourney

A minha vida virada do avesso - crossfitjourney

Se o tempo parasse...

Se parasses agora, agora mesmo, o tempo para sempre: serias feliz para sempre?
É esse o teste, a toda a hora, a todos os minutos, que tens de fazer: se o tempo parasse agora para sempre, neste exacto momento em que fazes o que neste exacto momento estás a fazer, serias feliz para sempre?

lupa


"Tu conheces as minhas fases todas
Como a lua
E desconheces que a vida muda
Até a tua lupa
E que eu não sou a única que está diferente
E não há uma só critica ou vitima em julgamento
Eis o reconhecimento vamos começar de novo
Reconhecermos os erros é conhecermos o outro
Faz o que é suposto, recomeço é necessário
Seco as lagrimas do rosto em mais um aniversario
E confio que por muito que isto tudo seja um erro
Tem de haver a recompensa para se ser tao ingenuo
E eu juro, finjo que páro
Digo que saio mas não vou
Eu calo e quando falo
Eu nunca abro o jogo todo
Eu fico achando que arco
Mas depois mato o que restou
Não queimo então
Não chega porque amor para mim é fogo!

Insisto, eu não desisto ainda resisto a mais um teste
Se não é isto, não existe porque amor tem de ser este
E eu deitava fogo à casa com palavras se pudesse
Eu punha o pe na estrada e não voltava mais a ver-te
Eu rezava se soubesse ou se desse algum resultado
E se houvesse alguma prece que mudasse o meu passado
Pra não te ter tatuado a ferro quente no colo
Com a frieza de que quem mata com uma lupa ao sol
Pra não te ter sempre ao lado, em fantasma quando não estás
Sentindo que olhar para a frente é voltar andar para trás

Tatuado a ferro quente queimo a mata lupa ao sol
O passado à minha frente e o fantasma no meu colo
Tatuado a ferro quente queimo a mata lupa ao sol
O passado à minha frente e o fantasma no meu colo

 



Juro, finjo que páro
Digo que saio mas não vou
Eu calo e quando falo
Eu nunca abro o jogo todo
Eu fico achando que arco
Mas depois mato o que restou
Não queimo então
Não chega porque amor para mim é fogo"

Um abre olhos

Sai da outra creche de uma forma muito atribulada, cheia de problemas, frustrada e infeliz por ter sido mal tratada tanto tempo, por ter sido traída por duas colegas. Fiquei tão frustrada que criei uma resistência enorme ao entrar na nova creche. Sou muito dramática, sou uma procrastinadora nata, como já não podia estar onde estava "deixa me cá sofrer" estive uma semana a pensar "o que estou eu aqui a fazer" mas hoje, hoje vim para casa de coração cheio. A mãe da C. Quis falar comigo porque a diarreia dela era sintoma da ansiedade, escola pela primeira vez, esteve sempre em casa com a avô até aos 3 anos e derepente vê se num ambiente totalmente diferente com mais 15 crianças onde as atenções tem de ser partilhadas e não sobra muito para cada um. Quando me deparei com aquilo caiu me tudo "não pode ser, eu não posso resistir a estás crianças, elas não têm culpa das minhas frustrações, eu estou aqui, elas precisam de mim, a C. Precisa de mim". Fui outra pessoa o resto do dia, a C. Quis fazer o trabalho, mostrou se interessada no jogo que os amigos estavam a fazer e ajudou me em algumas tarefas... No fina do dia já se ria e pedia cócegas... Quando a mãe chegou disse "grandes progressos" "ela gostou de si ela está contente! Que bom".... E eu voltei a mim outra vez!! Obrigado minha querida C. Mais uma vez uma criatura de 3 anos abriu me os olhos para a vida.

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Recomeços

Não estava nervosa, fui directamente para o recreio onde estavam todos a brincar. A Rita chamou-os "petizes deixem os brinquedos e sentem se todos aqui!" Eles aceitaram a ordem e sentaram se todos em meus lua para me conhecerem "está é a professora nova chama se Rute". Cumprimentei os a todos, pedi que me dissessem os nomes um a um. Estavam envergonhados, uns mais do que outros, fomos depois jogar ao ouriço e eu fique encarregue de descobrir quem estava escondido debaixo do cobertor. Consegui decorar o nome de todos, foi fácil e as caras deles eram todas muito expressivas, um emocionado, outro regula, um com um sorriso safado, outras com ar de princesas loirinhas e sem falarem português.... A hora do almoço chegou rapidamente e ficamos todos a jogar ao lencinho enquanto os mais novos comiam. Fizemos amizade, estabelecemos contacto e eu passei naquela manhã a ser a professora deles. Sai para resolver coisas da outra creche, serviu para que eles manifestassem a vontade em estar comigo "onde foi a professora nova? Ela volta? Gostei dela tem um cabelo lindo" . Nos dias seguintes foi a adaptação um pouco difícil, métodos de trabalho muito diferentes, crianças muito diferentes umas das outras, crianças que não entendem português, outras que falam as duas línguas.... Posso fazer isto? Posso fazer aquilo? Onde está o...? Entre todo este reboliço de conhecer um novo ambiente, adaptar me ao cheiro das coisas (que Cada vez mais ligo ao cheiro da inquietude e alguma tristeza) muitas gargalhadas, é um grupo de crianças muito divertido fazem me soltar gargalhadas como já não acontecia há já alguns anos. Gosto de os ouvir falar, gosto dos mimos da M. Tão sensível, tão pura, as festinhas sempre frias... Sexta-feira chegou, fui apontando os pontos fortes e fracos... Fortes a diversão, fracos: um grande desafio pela frente, os bombeiros apagam o fogo a soprar e carregam batatas no seu camião! Vai ser a loucura! No final do ano vão certamente sair dali 16 gênios e uma educadora com a certeza de que entrou ali para marcar a diferença e se destacar de entre tantas outras que encaram está profissão como "limpar rabos a meninos"